Notícia requentada

“Neste mundo é mais rico o que mais rapa”. Lendo esse verso do poeta barroco Gregório de Matos, comecei a me questionar: Gregório de Matos era poeta, profeta ou o mundo não mudou nada de lá para cá?

No verso em questão “rapa” é igual a roubo, então o que ele quis dizer é que quanto mais rico mais ladrão ou quanto mais ladrão mais rico?


A confusão está formada! Nem todo ladrão é rico e quase nem todo rico é ladrão. Finalmente, é preciso ser ladrão para ser rico ou ser rico para ser ladrão? Esta é uma questão sociológica... Se eu pudesse falar com o Betinho*... Mas um morreu e o Dezenove* está preso.

Riqueza roubada, roubo enriquecedor. Esse debate vai longe! De norte a sul do Brasil todo mundo tem opinião sobre isso. Do poeta popular ao empresário, de Caju e Castanha a DANIEL DANTAS. Aliás, este último é a própria síntese do verso, mas não fala nada, tem um habeas corpus preventivo. A polêmica continua. Não há um rico que queira ser ladrão, mas todo ladrão quer ser rico. Ser ladrão e famoso ninguém quer, mas ser rico e famoso é o sonho do muita gente. Ricos e ladrões sempre estão nos jornais, uns nas sociais outros nas policiais (mas tem gente que aparece nas duas). Quando se é apenas ladrão, divulga-se nome, CPF, RG, endereço e o que mais se possa arrancar do miserável à porradas. Porém, se além de ladrão o meliante for rico, fala o delegado: “O processo corre em segredo de justiça”.

Gregório, visionário desse velho mundo moderno.

*Betinho: Herbert de Sousa, sociólogo. 
*Betinho Dezenove: famoso assaltante paraibano




Publicação autorizada pelo autor da crônica.
Márcio Luís é professor licenciado em Letras.

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