A lei
de Hess, que é uma lei experimental, tem importância fundamental no estudo da
Termoquímica e estabelece que: a variação de entalpia (quantidade de calor liberada ou absorvida) em uma reação química
depende apenas dos estados inicial e final da reação.
Vamos
explicar essa lei utilizando um exemplo simples. Para a transformação de C
(grafite) " O2 (g) em CO2 (g),
podemos admitir dois caminhos diferentes, conforme mostra o esquema adiante:
# diretamente (primeiro caminho);
# ou
através do CO (g) (segundo caminho).
A essas
duas alternativas correspondem os seguintes valores experimentais, para as variações
de entalpia (supondo pressão e temperatura constantes):
Graficamente:
Generalizando,
dizemos que “partindo-se sempre de um mesmo estado inicial e chegando-se sempre
a um mesmo estado final, o ΔH será sempre o mesmo, quer a reação seja
direta, quer ela se efetue em várias etapas” (ou, ainda, o ΔH independe
do caminho percorrido durante a reação).
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Essa
constatação serve para confirmar que cada estado tem uma entalpia ou conteúdo
de calor (H) fixo e bem definido:
# no
estado inicial: Hinicial tem valor fixo;
# no
estado final: Hfinal também possui valor fixo.
Em outras
palavras, a entalpia é função de estado. Consequentemente, o valor de ΔH (ΔH = Hfinal
- Hinicial) será
também fixo e bem definido, não dependendo das etapas ou estados
intermediários. Por esse motivo, a lei de Hess é também chamada lei dos estados
inicial e final.
Embora
tenha surgido independentemente, a lei de Hess pode ser considerada, Atualmente,
como uma simples consequência do princípio da conservação de energia ou do
primeiro princípio da termodinâmica.
Consequências da lei de Hess
1# As equações termoquímicas podem ser somadas como se fossem
equações matemáticas
Retomando o exemplo anterior, temos:
Daí a
lei de Hess ser também chamada de lei da soma dos calores de reação.
Essa
técnica de somar equações é muito útil, pois permite calcular o ΔH de certas
reações cuja execução experimental é muito difícil e, às vezes, impossível.
2# Invertendo
uma equação termoquímica, devemos trocar o sinal de ΔH
Esse
fato deve forçosamente acontecer porque, somando uma equação à sua inversa, o
resultado final deve ser zero. Por exemplo:
3# Multiplicando
(ou dividindo) uma equação termoquímica por um número diferente de zero, o
valor de ΔH será
também multiplicado (ou dividido) por esse número
Basta
imaginar a equação somada a si própria várias vezes.
Enfim,
como podemos observar, as equações termoquímicas podem sofrer tratamentos
matemáticos como adições, subtrações, multiplicações, divisões, inversões,
etc., desde que esses tratamentos sejam feitos também com os valores de ΔH.
Observação: é importante lembrar que as variações de entalpia das reações podem ser
calculadas por três caminhos:
@ a
partir das entalpias de formação das substâncias que participam da reação;
@ a
partir das energias de ligação existentes nas moléculas das substâncias que
participam da reação;
@ pela
lei de Hess, somando algebricamente várias equações com variações de entalpia já
conhecidas, de modo a obter a equação (e a variação de entalpia) desejada.
Extraído
de Feltre, Ricardo. Química. 6. ed. Moderna, São Paulo: 2004.
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