Manter os pneus do carro corretamente
calibrados de acordo com as indicações do fabricante é muito importante para a
segurança dos ocupantes, pois a estabilidade do veículo depende disso. Além do
que, rodar com pneus descalibrados aumenta o consumo de combustível (e, consequentemente,
a poluição gerada), o desgaste dos pneus e do veículo em geral.
Há uma série de perguntas interessantes a
respeito desse assunto. Talvez você já tenha se feito algumas delas. Vamos?
Por que precisamos calibrar constantemente os pneus? Por que, por melhor que seja a vedação, sempre há uma pequena perda de gás pelos poros da borracha (um processo chamado difusão) e, com o tempo, a calibragem fica abaixo do recomendado.
Além disso, a pressão varia com a temperatura.
Então, se você calibrou os pneus em um dia frio e depois de um tempo começou a
fazer calor, o ar dentro dos pneus irá se expandir, aumentando a pressão
interna e desrregulando a calibragem. Se, ao contrário, você calibrou os pneus
em um dia quente e depois de um tempo começou a fazer frio, o ar dentro dos
pneus irá se contrair, diminuindo a pressão interna, exigindo recalibragem.
E por que o fabricante recomenda que a
calibragem seja feita com o pneu frio, ou seja, quando o veículo ficou parado por
um bom tempo ou rodou no máximo 3 Km? Justamente porque a pressão indicada pelo
fabricante para a calibragem dos pneus é calculada para o pneu frio (à
temperatura ambiente). Se medirmos a pressão dos pneus quando eles estiverem
quentes (após o veículo rodar muito), encontraremos um valor mais alto do que
se fizermos a mesma medição com pneus frios (o ar se expande com o aumento de
temperatura).
Outra dúvida interessante é que em geral os
postos não cobram para fazermos a calibragem dos pneus com ar comprimido, mas
cobram para usarmos nitrogênio (quando o posto dispõe desse serviço). Há alguma
vantagem em calibrar os pneus com nitrogênio? Várias. Acompanhe:
O nitrogênio é um gás inerte, ou seja, não é
reativo e também não é inflamável. O oxigênio presente no ar comprimido é
altamente reativo e pode provocar a oxidação dos materiais com os quais entrar
em contato.
A variação da pressão do nitrogênio em função
da temperatura é bem menor, comparada com a do ar comprimido. Assim, o
nitrogênio consegue manter a pressão do pneu constante – dentro dos limites
estabelecidos pelo fabricante – por tempo maior.
O problema do ar comprimido nesse caso é que
ele contém vapor de água que se expande e se contrai bastante com a variação de
temperatura e, além disso, a água (18 g/mol), por ser uma molécula menor, do
que o oxigênio (32 g/mol) e o nitrogênio (28 g/mol). Com as alterações e pressão,
o pneu sofre deformações contínuas, que provocam um desgaste prematuro.
O gás nitrogênio é utilizado em pneus de carros
de competição, em que a performance exige precisão de segundos. Mas vale
ressaltar que a manutenção do pneu é o que, de fato, garante sua longevidade,
ou seja, mesmo que você resolva utilizar nitrogênio, terá que continuar
calibrando os pneus, embora, nesse caso, em um intervalo de tempo maior.
Bibliografia
Fonseca, Martha Reis Marques da. Química: meio
ambiente, cidadania e tecnologia. São Paulo: FTD, 2010.
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