Nesta postagem vamos falar sobre um dos
instrumentos mais utilizados em um laboratório de química, a pipeta. Há vários
tipos de pipeta. Elas são, sem dúvidas, aparelhos indispensáveis e, portanto,
de uso obrigatório na realização de práticas que envolvam medição de volumes no
laboratório, pois estas práticas necessitam de aferições exatas de volumes, o
que garante a qualidade dos resultados das análises. No decorrer do texto iremos
abordar os tipos mais comuns, conceituá-los e fazer algumas considerações sobre
o uso a depender do seu tipo.
A função principal das pipetas é medir e transportar quantidades precisas de material líquido. Ela pode ser classificada em manual ou automática. A depender do tipo da pipeta ela pode medir volumes fixos ou variados de líquidos. Existem diversos tipos, entre os mais comuns, temos a pipeta graduada, pipeta volumétrica, a pipeta automática e a de Pasteur.
OS PRINCIPAIS TIPOS DE PIPETA
PIPETA
GRADUADA - Apresenta graduações ao longo de sua estrutura que possibilitam
a sucção de variadas quantidades de líquido. Esse modelo não pode ser aquecido
e é utilizado para a medição de pequenos volumes e volumes variáveis.
PIPETA
VOLUMÉTRICA - Utilizada para medição e transferência de volumes de líquidos.
Esse modelo possibilita o transporte de apenas uma determinada quantidade de
volume, e não pode ser aquecido por conta de possível descalibragem, assim ela
pode oferecer uma grande precisão de medida.
Observação: Calibração é o conjunto de operações que estabelecem, sob
condições especificadas, a relação entre os valores indicados por
um instrumento (calibrador) ou sistema de medição e
os valores representados por uma medida materializada ou um material de
referência, ou os correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões.
Recomendamos que assista aos
vídeos para um melhor entendimento do uso eficiente das pipetas e para conhecer
mais suas especificidades.
Vídeo 1 - Como usar a pipeta graduada.
Vídeo 2 - Como usar a pipeta volumétrica.
PIPETA
DE PASTEUR - Um
modelo bastante simples, criado pelo médico francês Louis Pasteur. Não
apresenta abertura no topo, apenas em sua base para entrada de líquido. Possui
um “balão” que, quando pressionado, expele o ar para o exterior da pipeta. São
comumente produzidas em plástico e são descartáveis.
PIPETAS AUTOMÁTICAS - As
pipetas automáticas foram inventadas na década de 1940 por George Riggs.
A pipeta automática é um aparato composto de uma parte fixa, contendo todos os
dispositivos para seu funcionamento, à qual se adapta uma ponteira removível (tip), normalmente de
plástico. A parte fixa apresenta um pistão de aço inoxidável capaz de mover-se
dentro de um cilindro. O movimento apropriado cria vácuo, fazendo com que o
líquido em contato com a ponteira seja aspirado para dentro do cilindro,
ocupando o volume antes ocupado pelo ar.
Atualmente
as pipetas automáticas são amplamente utilizadas, principalmente em
laboratórios de Biologia Molecular, Microbiologia e Bioquímica. Elas são
capazes de transferir pequenos volumes (entre 0,25 µL – 5000 µL) com alta
reprodutibilidade e exatidão. Cada pipeta apresenta uma faixa de volume
ajustável, e é conhecida pelo volume máximo que pode dispensar. Por exemplo, a
P1000 é capaz de dispensar volumes de 200 µL a 1000 µL (1 mL).
Leia também:
😐 Processos de Separação de Misturas Homogêneas e Heterogêneas;
😜 PASSO-A-PASSO de como preparar uma SOLUÇÃO no laboratório de Química.
ESPECIFICIDADES DAS PIPETAS QUANTO À COR
As pipetas possuem em sua parte superior uma
faixa de cor distinta “um pouco larga” que indica o tipo da pipeta. Cada cor de faixa indica a capacidade e a
divisão de escala, a qual a pipeta consegue medir de volume, conforme imagem a
seguir:
Também podemos observar que algumas pipetas
podem apresentar dois traços superiores à faixa de cor larga. Quando ela
apresenta os dois traços, isto indica que se trata de uma pipeta de escoamento
total, ou seja, precisará ser soprada para ser retirado líquido total de dentro
da pipeta. Agora, quando só apresenta apenas um traço acima da faixa de cor
larga, indica que mesmo que sobre uma gotinha de liquido dentro da pipeta, sua
aferição já considera o descarte dessa gotinha, não interferindo na precisão da
medida do volume.
DE OLHO NO MENISCO
Chama-se de menisco, a curva formada pelo
líquido na parte superior da pipeta, e pode ser côncavo ou convexo a depender
do tipo de líquido. A forma da curva surge devido a forte interação das
moléculas do líquido entre si ou pelas moléculas do vidro da pipeta. Quando
essa atração for mais forte entre as moléculas do líquidos pelas a do vidro
temos a forma do menisco côncavo, e quando a atração for mais forte entre as
próprias moléculas do líquido, temos a forma do menisco convexo.
Vale ressaltar, que a leitura do volume do
líquido deve ser feita tomando como a base inferior, no caso do menisco
côncavo, e a base superior no caso do menisco convexo. E, realizar a observação levantando a pipeta na altura dos olhos do observador.
CUIDADOS EM SEU MANUSEIO
- Não pipetar com a boca. Utilizar sempre um dispositivo para a pipetagem;
- Utilizar pipetas íntegras; descartar as pipetas que apresentem pontas quebradas;
- Utilizar pipetas limpas e secas;
- Utilizar pipetas com volume total o mais próximo possível do volume a ser medido;
- Para medidas de soluções viscosas, evitar que o líquido ultrapasse muito a marca de medida, limpar a parte externa da pipeta e lavar a mesma várias vezes na solução que irá receber o material pipetado;
- Nas soluções incolores coloca-se o menisco inferior na marca de calibração, enquanto que nas soluções coradas o acerto se faz na parte superior do menisco;
- Os olhos devem estar posicionados na altura da leitura do menisco;
- Utilizar a pipeta sempre na posição vertical (tanto para aspirar como para desprezar o líquido);
- O fluxo do líquido deve ser contínuo.
APARELHOS PARA PIPETAGEM - PIPETADORES
Abaixo mostraremos, a título de informação,
alguns pipetadores que auxiliam no processo de sucção de líquidos através dos diferentes
tipos de pipetas, porém não entrarei em detalhes, isto será tema de uma próxima
postagem, que tão logo esteja pronta adicionarei o link aqui. Assista a
apresentação dos três principais tipos de pipetadores:
Assista a apresentação sobre os três principais tipos de pipetador:
Esperamos que você tenha tirado suas dúvidas e aprendido um pouco mais sobre as pipetas.
Um mol de abraços!!!!
Referências
ATOMIZANDO. Pipeta
graduada e volumétrica. Disponível em: < http://atomizandoifam.wixsite.com/atomizando/pipeta-graduada-e-volumetrica/>
Acesso em: 23 de maio de 2018.
BIOMEDICINA BRASIL. A
leitura do menisco. Disponível em: < http://www.biomedicinabrasil.com/2014/01/a-leitura-do-menisco.html/>
Acesso em: 23 de maio de 2018.
LAB NETWORK. A
importância da pipetagem nos processos analíticos. Disponível em: < https://www.labnetwork.com.br/especiais/a-importancia-da-pipetagem-nos-processos-analiticos/>
Acesso em: 25 de maio de 2018.
PORTAL LABIG. Pipeta
automática. Disponível em: < http://labiq.iq.usp.br/paginas_view.php?idPagina=13&idTopico=65#.WwgtPkgvw2x/>
Acesso em: 25 de maio de 2018.
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