Por que as mudanças bruscas de temperatura fazem mal à saúde?

O ser humano é homeotérmico, isto é, consegue manter sua temperatura corporal praticamente constante gerando calor pela combustão dos alimentos (metabolismo) e liberando calor para o meio ambiente, por exemplo, através do suor. Em condições normais, estamos sempre transferindo o calor do nosso corpo para o ar (desde que a temperatura ambiente seja inferior a 36 °C).

Quando estamos dentro da água ou quando a umidade atmosférica está muito elevada, essa transferência de calor ocorre mais rapidamente, pois a condutividade térmica da água é 25 vezes maior que a do ar.


Isso explica por que nos sentimos confortáveis quando a temperatura do ar é igual a 25 °C, mas sentimos frio ao imergir em água nessa mesma temperatura.

Também é preciso considerar que em nosso organismo e ao nosso redor há uma complexa comunidade bacteriana, com microrganismos que favorecem a nossa saúde e outros que podem nos adoecer. Essas bactérias convivem em um equilíbrio razoável, porém instável, especialmente nas nossas mucosas mais expostas, como, boca, nariz e garganta.


Um dos fatores que mantêm esse equilíbrio é o nosso sistema imunológico, que está habituado a trabalhar de modo ideal dentro da nossa faixa de temperatura corporal (de 36 °C a 37 °C) e de forma mais acelerada quando temos febre baixa (entre 38 °C e 38,5 °C), pois a febre baixa é um mecanismo de defesa imunológico.

Quando passamos por uma situação de mudança brusca de temperatura, nosso sistema imunológico sofre um impacto e pode, por um instante, passar a trabalhar mais lentamente, favorecendo o desenvolvimento e a multiplicação das bactérias que nos adoecem, com o consequente surgimento de quadros de faringite, amigdalite, etc.

Fonseca, Martha Reis Marques da. Química, 1. ed. Ática, São Paulo, 2013.

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